17 de set. de 2010

Reforma Bolonhense


 
Reforma Bolonhense da Ordem de Santa Clara (1431-1463)
(Santa Catarina de Bolonha)

A reforma que agora vamos estudar e que denominamos Bolonhense, não se iniciou propriamente em Bolonha, mas em Ferrara (Itália). Recebe este nome mais pela influência de sua grande realizadora, Santa Catarina de Bolonha. Aos 14 anos, Catarina ingressou num mosteiro de Terciárias Agostinianas em Ferrara. Conhecendo os Frades Menores da Observância entusiasmou-se profundamente pela adoção da Regra de Santa Clara. Seu influxo foi decisivo junto a Lúcia Mascaroni, que então dirigia a comunidade e que era sobrinha da nobre senhora Bernardina, fundadora do Mosteiro. O processo foi lento e penoso. Existiram inúmeras dificuldades criadas por parte de Ailisia, uma das irmãs, que alegava ser desejo da fundadora que assumissem a Regra de Santo Agostinho. Surgem litígios, críticas e antagonismos. Um grupo maior permanece idealista em relação à Regra de Santa Clara. Lúcia Mascaroni, as Bem-aventuradas Paula Mezzavaca, Giovana Lambetini e Iluminata Bembo são as mais influentes. Estas três últimas partirão com Catarina para a fundação em Bolonha. Em 1431, optam finalmente pela vida clariana. Ailisia deixa a comunidade. Recebem no mesmo ano um grupo de Clarissas do Mosteiro de Corpus Christi de Mântua (fundado em 1420 com a Regra de Santa Clara, e os cuidados dos Observantes, por Paula Malatesta, também conhecida como Batista de Montefeltro), para as introduzir na vivência do ideal primitivo da fundadora da Ordem. Mântua é um foco importante da reforma Observante e essas clarissas são enviadas a Ferrara por Ordem do Papa Eugênio IV. Em 1432, depois de um período de formação, as Terciárias Agostinianasprofessam a Regra de Santa Clara, tornando-se definitivamente Clarissas. Em 1456, vinte e quatro anos depois, Catarina sai de Ferrara com quinze companheiras para fundar o Mosteiro de Corpus Domini na Bolonha, sua cidade natal. É o auge da reforma: a forma de santidade das fundadoras, a vasta cultura e os dotes pessoais de Catarina e sua intensa vida mística irradiam um poder de atração enorme, naquela cidade considerada uma das mais doutas da época. O número de Clarissas aumenta rapidamente e o Mosteiro torna-se famoso - um verdadeiro centro de espiritualidade para os estudiosos mestres e para os estudantes de Bolonha ou das cidades vizinhas.  Esta reforma radicou-se na volta à simplicidade da vida pobre, do silêncio e da oração, na clausura vivida  com alegria e no trabalho partilhado por todas.

BIBLIOGRAFIA
OMAECHEVARRIA. Ignacio, - Las Clarisas a través de los Siglos. Editorial Cisneros, Madrid 1972. (p 97; 120; 123).
RICCIARDI, Renzo - Santa Catarina de Bolonha, Scuola Grafica Saliziana, Bolonha, 1970.
MUCCIOLI. Maurizio - Santa Catarina de Bolonha - Mistica del Quatrocentro. Antoniano. Ed Nigrizia, Bolonha 1963.

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